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Dedicatória
Dedicatória

 Este livro é dedicado a todos os Escriturários e Criptos que em 1968, primeiro no RAL 4 em Leiria e depois  no BRT na Trafaria, passaram parte da sua juventude, no cumprimento do serviço militar.
 Durante aquele período houve partilha nas mais diversas brincadeiras, próprias da juventude, que ajudaram  a passar o tempo e a esquecer as angústias.
Terminada a especialidade, cada um foi destacado para os mais diversos quarteis do País.
De seguida surgiram as listas de mobilização levando grande parte dos nossos camaradas de curso para os diversos locais da Colónia Ultramarina.
Apesar da guerra que tanto afectou a nossa geração, os laços de amizade nunca foram esquecidos permanecendo ao longo de todos estes anos.
E é por isso que hoje procuramos encontrar um maior número de camaradas de curso e assim estreitar a relação de amizade que nos uniu há mais de 40 anos.
Não tem sido fácil, contudo e graças a um grupo restrito da Zona Centro que nunca deixou de se juntar anualmente, foi possível alargar o grupo e reencontrar camaradas cujo paradeiro foi sendo localizado ao longo do tempo.
Em 1997 fui contactado pelo meu amigo Máximo para um almoço a realizar em Torres Novas. Não hesitei e desde logo disponibilizei-me para estar presente. Foi com grande satisfação e alegria que reencontrei velhos amigos. Passado tanto tempo foi agradável verificar que os bons momentos não tinham sido esquecidos e que os maus estavam apagados na nossa memória.
Perante o entusiasmo logo demonstrado pelo grupo neste primeiro encontro, não hesitei em oferecer parte do meu tempo disponível para organizar o almoço seguinte e localizar elementos do nosso curso cujo contacto estava perdido.
Assim aconteceu. Em 1998 e após 30 anos de termos ingressado no Exército, organizei um almoço em Mem Martins antecedido por uma visita ao BRT, na Trafaria. Consegui aumentar a lista de nomes que me tinha sido fornecida e isso para mim já tinha sido uma vitória. A visita ao BRT e o almoço foi um êxito, excepto o mau tempo que em nada ajudou esta iniciativa.
Desde então, com ajuda ou sem ela, tenho vindo a organizar o nosso almoço convívio anual, geralmente no último fim de semana do mês de Maio.
Não tem sido fácil e nem sempre tem corrido como desejaria, contudo e como dizia Fernando Pessoa “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Resta-me deixar um agradecimento especial para todos aqueles que iniciaram e nunca deixaram morrer esta iniciativa e manifestar um profundo sentimento de pesar para todos aqueles que partiram e que decerto gostariam de continuar presentes neste nosso amigo e salutar convívio.

Mena Gomes